Casa das Rosas realiza mostra que explora poeticamente o percurso do grande poeta e tradutor paulistano
Poeta e tradutor paulistano que acreditava que a linguagem era uma viagem de aventuras "para acabarcomeçar com a escritura", Haroldo de Campos (1929-2003) ganha uma nova exposição, a partir do dia 25 de junho, na Casa das Rosas. A mostra Estrutura explodida – vidobra de Haroldo de Campos, com curadoria de Julio Mendonça e elaborada pelo Centro de Referência Haroldo de Campos do museu, celebra os 60 anos da poesia concreta. Para isso, apresenta as intensas experimentações e extrapolações de limites da poesia de Haroldo em diversas formas.
Os 20 poemas reunidos na exposição pretendem formar um mapa de viagem e aproximar novos leitores da obra de Haroldo. São uma pequena representação do universo rico e múltiplo de formas expressivas e de temas que caracterizam sua poesia e que o leitor poderá depois conhecer melhor em seus livros e em atividades como palestras, cursos e oficinas oferecidas pelo museu. Mendonça explica que o poeta demonstrou, desde a publicação de seus primeiros poemas, no início da década de 1950, uma preferência por formas barrocas de expressão, mais exuberantes e rebuscadas. Em 1952, forma o Grupo Noigandres, junto com seu irmão e poeta Augusto de Campos e Décio Pignatari, que desenvolveu, nos anos seguintes, a poesia concreta.
A exposição será dividia em três módulos. Em começos, são abordadas as referências aos inícios (pontos de partida, mas numa visão não-linear) na poesia de Haroldo, que têm uma força operacional em sua obra: colhem o fio da meada da tradição em algum ponto para dobrá-lo e fazer o novo. Em estrutura, destaque para as imagens verbais que condensam visões de mundo e as questionam. Por fim, o módulo explosões registra as relações entre mobilidade do texto e mobilidade do mundo no fazer poético deste poeta que gostava de viajar.
No início dos anos de 1960, começou a escrever o livro Galáxias, publicado apenas em 1984, texto no limite entre prosa e poesia no qual retoma sua inspiração barroca e faz desdobrar uma proliferação verbal labiríntica que parece querer imitar o universo em expansão. Haroldo de Campos, observa o curador, “deixou uma obra poética, teórica, crítica e como tradutor que, cada vez mais, adquire reconhecimento nacional e internacional. Seu apuro técnico e sua sensibilidade, bem como a complexidade das questões e desafios que enfrentou, revelam um autor de envergadura épica e esta exposição busca, por meio de poemas e trechos escolhidos, mostrar os pontos que iluminam uma possível figura de sua grande poesia”.
Serviço:
Estrutura explodida – vidobra de Haroldo de Campos
A partir de 25 de junho de 2016
Entrada gratuita
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